Nesta sexta (19), o compositor e produtor musical indígena, da etnia Guarani Mbyá, Owerá, lança o seu segundo disco, “Mbaraeté”, com o apoio da Natura Musical. Ao longo das nove faixas, ele convoca o seu povo para manter a resistência, tradução do título do álbum. “Este é um disco que eu fiz para os povos indígenas”, comenta Owerá que convidou para estar ao seu lado Kelvin Mbarete e Bruno Veron (Brô Mc’s), Célia Xakriabá, Djuena Tikuna, Txana Ibã e OzGuarani, além de seus familiares, Pará Retê, companheira e parceira musical, Tupã, seu filho e Olivio Jekupé, o pai.
Até o momento, os singles já revelados são “A Transformação”, oitava canção do álbum, que tem participação do Huni Kuin, originário da Aldeia Boa Sorte Rio Humaitá, que fica no Acre, na região da Amazônia, Txaná Ibã e seus companheiros do coletivo Balanço da Floresta, Samakey e Yube – o clipe, co-dirigido por Owerá e Diana Freixo e filmado na Aldeia Krukutu, que fica na região sul da cidade de São Paulo, no mesmo dia em que a gravação foi gravada.
Além disso, Owerá também já divulgou a faixa-título do disco, “Mbaraeté”, que tem a participação de sua companheira de vida e musical, Pará Retê. Essa canção teve um trecho conhecido no início do ano, com o lançamento do projeto 2022, da HBOMax na América Latina, no qual Owerá se apresenta cantando ao lado de Caetano Veloso. A produção do disco é assinada por Owerá e pelo produtor e compositor gaúcho, Rod Krieger, que se encontra baseado em uma aldeia no interior de Leiria, em Portugal.
“Mbaraeté” é uma obra que apresenta o Rap Nativo em uma narrativa com começo, meio e fim e traz para o primeiro plano a diversidade de povos existentes no Brasil ao reunir as etnias Guarani Mbyá, localizada no sul da cidade de São Paulo, onde vive Owerá, Huni Kuin e Tikuna, da Amazônia, Xakriabá, de Minas Gerais, e Guarani Kaiowá, que está em uma das regiões mais violentas do país, Mato Grosso do Sul. O disco já está disponível nas plataformas digitais.
O projeto de “Mbaraeté” foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2020, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal e Rico Dalasam. Ao longo de 17 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 150 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares. “Nós acreditamos no impacto transformador que a música pode ter no mundo. E os artistas, bandas e projetos de fomento à cena selecionados pelo edital Natura Musical têm essa potência de mobilizar o público na construção de um mundo mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.