Com vocês, Pedro Sampaio… O DJ e produtor se reapresenta ao público com o álbum visual “ASTRO”, disponibilizado nas plataformas desta quarta-feira (04). Iluminado por reflexões que acumulou em pouco mais de cinco de anos de carreira, o carioca reúne aqui um elenco estrelado de parceiros musicais – como Marina Sena, Luísa Sonza e J Balvin. Tudo isso com repertório pop, refinado e rico em construções audiovisuais (o projeto chega acompanhado de visualizers para todas as músicas).
Com seu segundo disco, o artista busca investigar a ideia de que todos somos seres de luz. “Gosto de pensar que todos somos astros, porque temos algo a oferecer ao mundo. No meu caso, minha luz emanada vem da arte, da música…”, reflete. “Mas pensei esse trabalho também como uma forma de refletir meu amadurecimento artístico. Cantando sobre temas como sucesso, amor, trajetória… Tudo isso tem uma cara diferente quando você percebe que está sendo observado e abraçado por um público fiel”.
O primeiro impulso dessas discussões internas ocorre logo na faixa de abertura, a explosiva “FAMA”, com Luísa Sonza. “Arranca minha roupa, me consome, vem por cima / Me leva à alturas, me mostra como é a vista / Me lambe, me suga, como se quisesse a alma”, canta a letra, que traça um paralelo entre sexo sem pudor e os efeitos da fama na vida de um artista.
Por outro lado, “MINHA VIDA” reorganiza esse caos e é mais serena ao constatar que “Nessa de viver um sonho / Sempre se perde / Mesmo ganhando”, nos versos. Aqui, a voz do músico surge limpa, sem interferências eletrônicas e marcada apenas pelos acordes do violão. É o astro despindo seus sentimentos para o ouvinte.
“Prazer e destruição não são necessariamente opostos. Em ‘FAMA’ eu exploro os lados bons e ruins do sucesso, enquanto que ‘MINHA VIDA’ é a prova de que tô em paz com as escolhas que fiz. Agora, mais maduro, já vejo isso de forma mais clara, sabe?”, divide o funkstar.
Mas o lado bom da fama brilha mesmo em “PRECE”, cantada ao lado de MC Thiago. O jovem artista que abordou Sampaio no início deste ano, no aeroporto de Itanhaém (São Paulo). Disse ser cantor e acabou sendo convidado para subir no palco do DJ, em uma cidade vizinha. A canção é uma conversa musicada entre os artistas, de astro para astro, que trocam entre si vivências da vida artística.
ENCONTROS ASTRAIS
Produções pautadas na sonoridade do funk brasileiro são, muitas vezes, marcadas por letras que exploram sexualidade sem papas na língua. “Todo mundo tem desejos, fetiches, taras… Isso não é tabu pra mim. Quando canto sobre isso, falo das experiências humanas. O funk é esse lugar maravilhoso, que celebra a liberdade sexual. E é incrível se conectar com o público dessa forma”, conta Pedro.
Canções como “QUINA DA CAMA” e “MELANCIA” retratam esse clima de sensualidade nas alturas, ao mesmo tempo em que, sonoramente, são perfeitas para a pista de dança. “LAMBUZA”, por sua vez, é puro flerte de verão, com produção (assinada por Sampaio e Rafinha RSQ) especialmente pensada para dançar a dois, corpo a corpo.
Já “TIRO SUA CALCINHA” é mais sensorial ao narrar a intimidade entre duas pessoas: “Eu gosto quando faz assim / Te boto de ladin / No meio da segunda ela me pede mais”, canta o refrão.
Outra novidade que “ASTRO” proporciona ao ouvinte é que aqui, pela primeira vez, Pedro Sampaio se abre sobre complicações no campo dos relacionamentos. “DOIDA” é exemplo disso, ainda que seja uma faixa descomplicada e bem-humorada. Já “FETICHE” mistura sentimentos de confusão amorosa, ciúme, tristeza e tesão em versos sedutores, que reafirmam o amadurecimento artístico do carioca.
BRILHO COLETIVO
A música é cantada em parceria com Carolzinha, cantora e compositora creditada nos projetos de alguns dos maiores nomes do pop nacional, como IZA e Anitta. A artista é uma das principais colaboradoras do novo álbum do DJ e produtor, com créditos em 12 composições.
“Sou do pensamento de que o brilho de um astro é sempre coletivo. E esse projeto acredita muito na força das parcerias”, diz o funkeiro. Prova disso são os singles que antecederam a obra, como o sucesso “CAVALINHO”, com Gasparzinho e MC Meno K, e a recém-lançada “PEDRIN”, com o DJ Topo, trazendo a influência do funk mineiro. Já Marina Sena chega para uma parceria inédita na sensual “ESCADA DO PRÉDIO”.
Pedro não é estranho a colaborações internacionais. Ele reafirma essa potência global em “PERVERSA”, faixa que conta com a participação de J Balvin e do duo de produtores norte-americanos Take a Daytrip. Ainda que esteja presente na tracklist, a canção ficará “trancada” nas plataformas digitais e deve ficar disponível para audição em breve. O mesmo pode ser dito sobre “BOTA UM FUNK”, que também deve contar com participações especiais surpresa.
POTÊNCIA VISUAL
“ASTRO” foi pensado como um álbum visual. Ou seja, todas as faixas ganharão um videoclipe ou visualizer. Esse foguete decolou pela primeira vez em novembro de 2023, com o lançamento de “POCPOC”, single inaugural do disco.
No vídeo, Pedro Sampaio vive o auge de sua liberdade sexual, em cenas sensuais ao lado da atriz Deborah Secco, que brilhou no audiovisual. Sucesso nacional absoluto, o funk foi um dos hits do Carnaval 2024, chegou ao topo das paradas no Brasil e em Portugal, acumula mais de 157 milhões de audições e 36 milhões de acessos ao clipe.
Um dos responsáveis pelo projeto é o diretor criativo Luciano Schmitz, que assina também todo o material fotográfico e de vídeo do disco. Sobre a parceria e a troca com Sampaio, ele comenta: “‘ASTRO’ é resultado de um processo de um ano e meio. Desde que conheci o Pedro, falamos muito de transformação, amadurecimento… Aqui, exploramos os conceitos de metamorfose, gambiarra, idolomania, idolatria de pessoas e reprodutibilidade. A ideia para os visualizers é que a gente tivesse o minimalismo, mas sempre com um grande elemento forte desse universo dentro de estúdio”, expõe o profissional.
Acerca da capa, na qual o DJ surge em cima de um poste de luz, o criativo completa: “É muito sobre esse conceito de gerar e receber luz. Buscamos elementos que expressassem isso. Chegamos ao poste, essa coisa bem brasileira dos fios aparentes, a rabiola de pipa pendurada e o Pedro em cima disso, emitindo sua luz. Acho que é uma junção de vários elementos para compor um astro, mas não de forma pretensiosa. Não se trata de uma egotrip, sabe? É recebimento e doação de luz”, ele explica.
O conceito do que é ser um astro é explorado aqui também por meio da moda. Figurinos de artistas que marcaram a história da música e definiram o que é ser um ícone pop (como Prince, Diana Ross, Freddie Mercury e David Bowie) são referência para os looks do trabalho. O styling de toda a narrativa visual de “ASTRO” é Marcell Maia, frequente colaborador do funkstar carioca.