O rapper Blecaute, a mais nova aposta do rap da Warner Music Brasil, chega nesta sexta-feira (05/11) com o single “Cor do Pecado”. Com versos afiados, o artista, que tem como influências musicais grandes nomes do gênero e ícones negros como Racionais MC’s, BK, Djonga, Emicida, Sant, Kendrick Lamar e J. Cole, chega para trazer uma batida dançante e, ao mesmo tempo, uma poesia com muita crítica e um flow único. A música chega junto a um clipe poderoso e cheio de personalidade.
Com versos rascantes compostos pelo próprio Blecaute, “Cor do Pecado” é um manifesto sobre a história, dores e vivências de pessoas negras. “Pele preta não é cor do pecado/pele preta é a cor do seu alvo”, escancara a canção logo nos primeiros versos. Na poesia de Blecaute, potencializada pela produção de $AINTIGR, dança e mensagem têm dedo em riste e uma batida contagiante. O single traz reflexões muito importantes nos âmbitos político, social e histórico, em um mês marcado simbolicamente pela necessidade de colocar luz nas questões raciais. Como dizem os versos de Blecaute: “Dedo na ferida, isso é importante”.
“Tô muito ansioso pelo lançamento. Eu vim retratando um discurso muito forte, espero que as pessoas entendam da melhor forma. Eu vim retratando o racismo contra as pessoas pretas que ainda existe sim no Brasil. Como o Childish Gambino fala, que isso aqui é a América, eu digo e danço também. Quero retratar, à nossa maneira, que isso aqui também é o Brasil: as pessoas pretas são mortas, discriminadas, presas injustamente. Então eu quis trazer essa memória”, diz o artista, que arrasa na dança no clipe junto a atores negros e protagoniza cenas com simbologias que remetem à escravidão, violência policial, entre outras máculas sociais às quais a população negra é histórica e sistematicamente submetida.
Gravado na Vila Aliança, no Rio de Janeiro, o clipe que chega junto à música foi dirigido e produzido por Invasori. Junto a diversos homens e mulheres negros jovens, coreografias e semblantes comunicam o tempo todo, com revolta, mas também com alegria, que vidas negras importam. “Hoje eu me sinto tão lindo/melanina aflorada/cabelo Jackson5/se encostar vai ter fight”, é a mensagem que embala a dança e a história de quem bate no peito para dizer que veio da zona oeste, com orgulho.
“Não adianta nada eu falar de dinheiro que eu tenho, de joias que vou ter, carros que eu vou ter, se eu primeiro não falar sobre o que meu povo passa ainda. Eu vou falar de joias sim, de dinheiro sim, de noite sim, mas a primeira música que eu quis fazer foi essa. Porque a gente pode ter tudo isso e ainda assim ainda vamos ser alvo dessa discriminação”. Este é Blecaute e ainda há muito por vir.