Após um 2020 bastante movimentado, no qual lançou em sequência o EP “Jordan Boyz Vol. 2” e seu primeiro álbum, “Acídia”, além de cinco singles – todos pela Som Livre -, o rapper capixaba Dudu inicia 2021 com o pé direito ao apresentar a faixa “Mesmo Que Não Queira Me Ouvir”. O trabalho, fruto da parceria com o brasiliense Froid e que já está disponível em todas as plataformas de música, conta com sonoridade romântica e letra visceral, traduzindo simbolicamente a fase adulta de Dudu, onde suas preocupações, trabalho e posicionamento apontam novas direções. Combinando com a track, os rappers protagonizam ainda um videoclipe, que mescla uma atmosfera de reflexões introspectivas com elementos de ostentação, com direito a cenas com champanhe em um jatinho.
“Esse é um som que eu fiz ano passado, de freestyle. Eu estava no estúdio com o Froid, a gente tava trocando um som juntos, ele tinha acabado de fazer a primeira versão do beat e a gente ficou brisando nesse refrão, que é o ‘mesmo que não queira me ouvir’. Daí saiu o som, foi totalmente espontâneo”, conta Dudu sobre a faixa. A respeito do processo de composição, Froid complementa: “Chegando no estúdio ligamos o computador, fiz um beat e o Dudu já começou a cantar. Eu achei que ele já tinha levado a letra pronta, mas na verdade estava compondo enquanto eu criava o beat. Então Dudu gravou, e depois que ele terminou eu escrevi e gravei também”, ressaltando a fluidez da parceria.
Em termos de estética, “Mesmo Que Não Queira Me Ouvir” aposta bastante em elementos do trap, como moduladores de voz e batida pontuada, gênero no qual Dudu, aos 18 anos, já se estabeleceu como grande representante no cenário nacional. Froid, por sua vez, é um dos principais nomes da última leva de rappers que surgiu em meio às batalhas de rima nos últimos anos. Desde o lançamento de seu primeiro disco – “O Pior Disco do Mundo”, em 2017 -, ele acumula números expressivos em audiência nas redes sociais e plataformas de música, além de ter participado de projetos aclamados da cena, como a cypher Poetas no Topo. Seus sucessos enquanto artistas, individualmente, e agora com o resultado da união na produção da nova faixa, reforçam ainda uma nova realidade na cena que vem se firmando a cada dia: a ascensão do rap fora do eixo Rio-São Paulo.
“Eu já conhecia o Froid há algum tempo. Ele é um cara que eu já admirava muito, desde a época das batalhas. A gente se conheceu em um dos primeiros shows que ele fez no Espírito Santo e desenvolvemos uma parceria. Fizemos shows, viajamos um bom tempo juntos e desaguou nessa amizade”, conta o rapper sobre o histórico da relação entre os dois.