domingo, novembro 24, 2024

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Rapper gay Mykki Blanco tem vídeo temporariamente excluído do YouTube por mostrar o malote

Grandes decotes, micro-calcinhas e muita pele de mulheres. Pode-se dizer que pelo menos 50% dos videoclipes de rap lançados atualmente seguem esse padrão em que um rapper, homem, aparece esbanjando dinheiro e carros, em uma mansão, com várias mulheres seminuas ao seu redor. Em muitas casos também pode-se dizer que é esperado que alguns rappers ajam dessa forma e, quando propõe um novo modelo de videoclipe, isso causa espanto.

Quando se trata do oposto, a história já é completamente diferente. A nudez do corpo masculino é algo que causa espanto e algo amplamente reprovado dentro e fora da cultura hip hop, com exceção do tamanho do pênis, que fica como um dos elementos de auto-valorização dos próprios homens.

Isso tudo faz com que seja uma grande decepção, mas não uma surpresa, que o vídeo “Loner”, lançado no final de novembro pelo rapper gay Mykki Blanco, tenha sido temporariamente
Mykki Blanco excluído do YouTube.

O clipe não mostra qualquer cena de nudez ou de exibição explícita do pênis ou do saco de qualquer um dos atores, mas mostra algumas cenas de homens passando a mão no malote (embaixo da cueca), o que não difere consistentemente de tantas outras cenas semelhantes mas interpretadas por mulheres.

Após reclamações do próprio Mykki Blanco, o YouTube voltou o vídeo para a rede de streamming. No Twitter o rapper escreveu:

Porque a sexualidade queer é censurada e policiada, mas imagens de homens cis explorando mulheres não é?

Youtube baniu meu videoclipe da faixa “Loner” dizendo que o vídeo quebra as orientações de comunidade que eles seguem. Isso confundiu todas as pessoas que trabalharam sem descanso para criar o vídeo: do produtor ao time de diretores, que são ambos queer. A única explicação em que eu consigo pensar foi o comentário em uma mídia social em que um indivíduo cita a aparição do saco escrotal de um homem no clipe. Mas não é exposta a pele, ou o pênis: só o malote. Novamente, nossa sociedade garante os privilégios heterossexuais que podem exibir imagens hipersexualizadas de mulheres para o prazer de homens cis, mas policia a imagem de queers, diminuindo e censurando. Eu estou profundamente triste que o YouTube tenha realizado esse tipo de ação homofóbica dentro desse padrão de censura

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