Uma das artistas mais promissoras do rap nacional, a curitibana Karol de Souza lança o álbum “GRANDE!”.
Em seu esperado disco solo, a artista se destaca por suas letras diretas e ácidas, transitando pelo trap em rimas que abordam temas como birracialidade, colorismo e privilégios, fazendo também críticas sagazes à padronização da beleza e do comportamento da mulher pela mídia e pela sociedade.
“Eu sempre me enxerguei como uma pessoa negra e nunca tive nenhuma dúvida, mas quando vim para São Paulo eu comecei a ser apontada como uma pessoa branca várias vezes ou como “ah você não é negra, você é tipo morena” umas coisas assim, você é tipo mulata, parda, esses termos péssimos. E ai depois que vim morar aqui entendi que eu tenho uma parte branca e que não podia esconder isso, muito pelo contrário e agora estou entendendo também quem eu sou”, conta a MC, neta de avô italiano, que tem uma tonalidade de pele mais clara, mas cresceu numa família negra e sempre se reconheceu como tal.
Na introdução do álbum, Karol de Souza já diz a que veio e explica a escolha do título do trabalho: “Eu nasci pra ser grande! Eu penso grande, sonho grande, vivo grande, eu sou grande!”.
O disco conta com nove faixas, sendo sete delas inéditas e duas remix de músicas que já haviam sido lançadas, “Rajada” (com participação de Stefanie) e “Me Deixa Viver”, sucessos nas pistas das festas de rap e em shows da artista. A trap soul romântica “Beijo no Pescoço”, conta com a participação de Tatiana Bispo. A direção musical de “GRANDE!” é assinada pelo experiente Léo Grijo. Ele também produziu algumas faixas do disco, além de outros produtores talentosos como Cabes, Nauak e Grou. O disco está disponível nas plataformas digitais.
A direção artística é de Mayra Maldjian, que acompanha a MC nos toca-discos, e também assina a produção da intro (“Grande!”) e o fechamento do disco (“Arremate”). Karol de Souza é uma das integrantes do Rimas & Melodias, coletivo que reúne Drik Barbosa, DJ Mayra Maldjian, Tássia Reis, Alt Niss, Tatiana Bispo e Stefanie, nomes de destaque na nova geração de mulheres no rap e no R&B. O coletivo se destacou em 2017 com o lançamento do disco homônimo de estreia, um trabalho autoral com letras relevantes e atuais sobre o universo e as lutas da mulher, sobretudo a negra, e sonoridade à frente de seu tempo, passando pelo trap, R&B, funk e house. “Eu sempre fui uma MC de rap, mas as pessoas diziam pra mim que eu era pancada. Que eu era tipo agressiva, porradona. Não tenho uma suavidade. Nesse disco isso continua, porém eu quis trazer alguma coisa nova, que é o trap. Muita gente se refere a rap feminino quando se trata de uma MC mulher. Pra mim, é rap! Não existe rap feminino”, pontua a artista.
Karol de Souza deu seus primeiros passos na cena em Curitiba, sua cidade natal, mas deslanchou mesmo em São Paulo lá para 2010, onde vive atualmente.