Obra “Ópera Rap Global” de Boaventura de Sousa Santos tem roteiro e cenas do rapper.
Entre os dias 16 e 20 de dezembro, as escolas de Novo Hamburgo (RS) recebem o espetáculo ‘Ópera Rap Global’, com roteiro do rapper Renan Inquérito, adaptado do livro “Ópera Rap” do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos. A obra mescla o popular e o erudito com orquestra, DJ’s, MC’s, dançarinos e poesia. As apresentações nas escolas são limitadas aos estudante, com exceção do dia 19, em que o espetáculo será aberto ao público.
O elenco das apresentações conta com os atores/MCs: Renan Inquérito, que também assina o roteiro, Branco MV, Sirilo da Fusão, Rafa Rafuagi, Aline Ferraz e Negra Jaque. A direção é de Renan Leandro. Já a produção é do Instituto Trocando Ideia de Porto Alegre (RS).
No palco, a montagem une a linguagem urbana e leva a rua par ao teatro, em uma mescla de música erudita e hip-hop. O lançamento oficial ocorreu no mês de novembro no Teatro Oi, no Rio de Janeiro (RJ) e agora percorre escolas, com apresentações gratuitas aos alunos.
Para Renan Inquérito, que fez o roteiro, o desafio foi grande, mas ver o espetáculo tomar forma é gratificante. “Fui convidado pela Fabiana Menini, do Trocando ideia e tive a honra de dividir a escrita do roteiro com o Boaventura, que é um pesquisador fantástico. Eu já era fã da obra dele e ter podido conviver de perto, trocar ideia e transformar o livro em ópera me fez muito feliz”, pontuou o rapper.
Sobre o espetáculo: A ‘Ópera Rap Global’ provoca mundos distanciados e ousa no campo artístico, o que contribui para o processo de valorização dos atores locais e da cultura urbana por meio de elementos do hip-hop.
Para Renan Inquérito, o que representa a obra é o personagem Queni N.S.L. Oeste que por si, representa “um grito contra todos os outros gritos que até agora deram em nada”. “Ele representa os palestinos na faixa de gaza, os camponeses expulsos do campo, os imigrantes ilegais em busca de uma vida melhor em algum país do primeiro mundo. O Queni representa negros, mulheres e todos aqueles que de alguma forma são oprimidos pelo sistema vigente”, destacou o roteirista.
A referência e o nome do personagem vem da admiração do sociólogo português ao rapper norte americano Kaeny West, que nas palavras dele é “um excelente rapper, letrista, bem contundente. Ele é meu favorito há muito tempo, por isso o nome do personagem. É como uma homenagem a ele. O hip-hop hoje é também uma forma de acesso aos jovens da universidade”, pontuou.
Serviço:
Ópera Rap Global
Encerramento do Circuito de Cultura e Arte
Quando: 19 de Dezembro às 19h
Onde: Pista de Eventos José Eli Teles da Silveira – Bairro Centro – Novo Hamburgo (RS)
Gratuito