O Carnaval acabou, mas Rincon Sapiência aproveita o início oficial de 2020 e o restante do Verão para lançar o clipe da faixa “Arrastão”. O feat com o grupo baiano ÀTTØØXXÁ, que integra seu segundo álbum de carreira, “Mundo Manicongo: Dramas, Danças e Afroreps”, lançado pelo selo próprio do artista, o MGoma (lê-se em Goma). O videoclipe que ilustra a periferia, o gingado e a diversidade dos corpos baianos, reforça o elemento “dança” que intitula o novo trabalho do MC, produtor musical e empresário. Inspirado no ritmo baiano do pagodão para a produção deste som, realizado em colaboração do beatmaker Esil Beats, do guitarrista Chibatinha e do cantor e compositor Raoni.
Em clima de festa, ginga e aglomeração, “Arrastão” traz a união de diferentes corpos tomados pela contagiante ideia de dançarem livres pelas ruas de Salvador. O conceito de misturar o rap com o pagodão baiano, vem da visão de Rincon sobre a abertura que o rap permite a partir da junção do ritmo e da poesia. “Não existe um ritmo definido, o rap pode conversar com outros gêneros musicais, seja o jazz, o soul, o samba, o funk, assim como a música baiana, que já conversa com ritmos diversos como o samba reggae e o samba de roda“, comenta Rincon que afirma que as músicas periféricas de todo o Brasil estão sempre em paralelo com seu trabalho.
Foi a partir do trabalho do grupo baiano ÀTTØØXXÁ que Rincon notou que poderia conectar seu flow com o pagodão. Diferentemente do processo de produção e composição solo da primeira aventura de Rincon neste ritmo com a faixa Mete Dança (Verso Livre) – 2019, em “Arrastão” ele contou com a programação multi instrumentista de Esil Beats, beatmaker baiano conhecido por misturar Trap com Pagodão. Os integrantes do ÀTTØØXXÁ também colaboraram, Chibatinha nas guitarras, Raoni na composição do verso final e OZ interpretando o refrão junto de Raoni. “Arrastão é uma evolução de Mete Dança, faixa que me abriu os caminhos de estudo e exploração do pagodão. A nova faixa traz uma percussão mais refinada para fazer as pessoas dançarem, além de ser construída em conjunto de mãos baianas que só cresceram o trabalho“, revela Sapiência.