sexta-feira, novembro 22, 2024

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Rose MC lança “Preta Poderosa”, seu primeiro álbum após 37 anos de carreira

Preta periférica, da Zona Leste de São Paulo, professora aposentada de Artes em escolas públicas e na cultura de rua desde 1985, é assim que Rose MC tem orgulho de se apresentar. Bem-humorada e positiva, a artista carrega uma bagagem de luta em prol do Hip Hop – de quase quatro décadas, que se divide entre a carreira artística e as salas de aula. Agora, aposentada das escolas, Rose MC decidiu se dedicar 100% na carreira artística e no dia 18 de junho lança “Preta Poderosa”, seu primeiro disco solo com produção musical de Ellypretoriginal, do grupo de rap DMN, exceto as faixas 5 e 12, com o DJ Heliobranco.

Com um ritmo dançante e uma vibe positiva, as letras trazem mensagens de empoderamento feminino, além da reflexão sobre o lugar do jovem preto e periférico no Brasil e no mundo. O disco “Preta Poderosa” conta com 12 faixas, entre elas, alguns singles já lançados nas plataformas de streaming, como: “Preta Poderosa”, “É só um pé”, “Aqui na Zona Leste”, “Passaporte”, “Flores da Primavera”, “Sou Abundante” e “De lá pra cá”. O disco já está disponível nas plataformas digitais.

Pioneira no hip hop e eterna aprendiz na vida”, Rose MC.

Rose MC iniciou sua carreira em 1985, como B.Girl, dançando na TOCO DiscoClub, na Vila Matilde. Lá conquistou seu primeiro prêmio de dança sendo a única mulher a participar do seu grupo. Surgiu então uma paixão pela cultura de rua, que começava a se popularizar aqui no Brasil. Rose MC também frequentava a Rua 24 de Maio, com Nelson Triunfo e Funk Cia. Foram muitos shows e participações como dançarina, no entanto, em 1988 Rose decidiu parar com a carreira artística para poder se dedicar aos estudos. Se matriculou no curso de Artes da Faculdade Belas Artes, em São Paulo.

Em 1992, Rose escreveu seu primeiro rap, como forma de protesto na faculdade, nascia ali a MC. Além de ter conseguido resolver o problema na instituição, a artista foi incentivada a continuar compondo e no mesmo ano foi apadrinhada pelo DJ Smokey D, do grupo de rap Doctors MC’s, com quem passou a frequentar os encontros semanais na São Bento. No ano de 1993, foi uma das apresentadoras do I Encontro Nacional de Break. Em 1994 gravou as músicas “Exemplo de Mulher”, com participação do músico trombonista Tiquinho e “Paixão Bandida” – coletânea feminina: “Sociedade Alternativa – Elas por Elas”, da gravadora Kaskatas, com produção de Mad Zoo. No mesmo ano foi convidada pela dupla Thaide e DJ Hum para participar de um feat. Na música “A entrevista”, do LP Brava Gente, da gravadora Eldorado.

Rose MC sempre se dividiu entre a carreira artística e a sala de aula, sendo pioneira em trabalhar a educação com a abordagem do Hip Hop. Ela acredita que a cultura de rua pode ser a ferramenta para que a paz na “quebrada” reine.

Em 2000 criou o projeto M.I.N.A. (Mulher Inteligente Nasce com Atitude), um grupo só de mulheres, que teve a participação de Paula Lima e do tio Fresh em um feat, com produção de DJ Paul, do grupo de rap RPW, lançaram um single que foi indicado na categoria Artista Revelação do Prêmio Hutuz. Em 2000, a artista gravou um feat. na música “Biografia Feminina” do CD “Somos nós a Justiça”, do grupo de rap SNJ, gravadora Atração Records, com produção de Zé Gonzales e Daniel Ganja Man. Em 2006 gravou um CD demo com 04 faixas, produção Dehco Wanlu e também o videoclipe da música “Produto do Brasil”, com a produtora Tablas Vídeo.

Em 2013 ingressou na ONG iEARN (Rede Internacional de Recursos Educacionais), com a música “Pane no Sistema” que se tornou o curta metragem “System Crash”. Participou dos coletivos: Minas da Rima, Hip Hop Mulher e Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, sendo uma das autoras do livro “PERIFEMINAS, Vol I”, lançado em 2013. Foi responsável e facilitadora do projeto HIP HOP ON THE SPOT, na plataforma da iEARN, de 2014 a 2018. Ministrou o curso Hip Hop está na área para educadores da Secretaria da Educação do Município de São Paulo, em 2016. Participou também do projeto “SP HIP HOP ALL STARS Vol.02” e da coletânea com a música “Essa é a minha história”, em 2018. Durante a pandemia participou do projeto Clássicas Hip Hop: tríade das pioneiras Rose MC, Rubia RPW e Sharylaine. Agora em 2022 lança seu primeiro trabalho solo, com produção independente.

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