Direitos Culturais e Direito à Cidade é o nome do projeto elaborado pelo Coletivo Sarau na Quebrada contemplado no edital de Santo André, 2020, pela Lei Aldir Blanc, nº 14.017, que trará no próximo dia 25 de março, às 20h, a 3º live: O carnaval como direito e resistência cultural, transmitida ao vivo nas redes sociais. Com a participação de Nunuca Oliveira, intérprete; Ricca Pereira mestre de bateria; Profª Meire Terezinha, pedagoga, gestora pública e presidente da liga Mauá e liga das ligas do ABC; Cláudia Lima, cantora, pretendem debater controle social, sobretudo para sua ampliação em grupos mais discriminados.
O hip hop, o funk, movimentos negros, ao longo das suas trajetórias sofreram repressões e até hoje são criminalizados, tendo bailes interrompidos com ferramentas com mecanismos de coerção, como as ações policias, que muitas vezes terminam com a morte de jovens. Com o samba, ritmo que deu base a esses outros subgrupos musicais e que dá vida ao carnaval, não foi diferente, no entanto, atravessando mares e séculos, o tom deixado por nossos ancestrais, é o compasso da resistência do povo preto que continua nos dias de hoje.
O direito à cultura e à cidade fundamenta-se na ideia de que todo cidadão tem direito de usufruir do território, dos bens coletivos, na garantia de acesso aos bens culturais e valorização e preservação das várias manifestações culturais, o que na prática é falho, tendo em vista a tantos exemplos: a intolerância religiosa, o genocídio, a lgbtfobia.
Entretanto, o controle social também é uma ferramenta, que na sua dimensão prevê a democratização da gestão pública, cuja sociedade civil pode sugerir prioridades na pasta de ações, formular políticas públicas de acordo com suas necessidades, fiscalizar o andamento das ações do governo, assim como a gestão dos recursos.
Os conselhos participativos de cada município incorporam o conselho da saúde, turismo, meio ambiente, cultura, entre outros, exemplo de uma ferramenta cuja sociedade civil deve participar para decidir o rumo a ser tomado junto ao poder público. Discutir a apropriação do controle social , trazendo essas narrativas da periferia, do povo preto, é um meio de amenizar as arestas de uma sucessão histórica de violências com o povo preto, periférico, indígena, quando em detrimento desses povos, se assiste vários outros movimentos culturais vindos da classe hegemônica sendo favorecidos, é indicativo de que a presença dessas comunidades precisam crescer dentro desses aparelhos.
A festa do carnaval movimenta bilhões na economia de todo país e, embora tenha vindo de outras origens, a história no negro no Brasil deu-lhe formas genuínas, atraindo turistas de diversas partes do mundo à festa, que também trás elementos dos povos originários, saindo do eixo Rio – São Paulo, com a pluralidade de suas aparições, movimenta bilhões e abarca várias áreas da economia.
Embora a economia seja aquecida e vários serviços diretos e indiretos sejam gerados, muitas escolas do Brasil deixaram de desfilar, com a justificativa de falta de verba pública e que a priorização de investimento seriam direcionadas para outras áreas, assim como no ABC, cujas prefeituras argumentam que a priorização deve ser a educação e saúde pública, assim desviam a importância cultural de um evento que é tradicional. Porém, além da importância cultural, a cadeia produtiva transpõe o trabalho grandioso desenvolvido nos barracões, envolvendo a indústria do audiovisual, indústria de bebidas, indústria têxtil, não justificando a falta de investimento.
Ainda que os tempos sejam outros, se há luta pela existência significa que o direito à liberdade ainda não foi alforriado. Como no passado, as festas carnavalescas protagonizadas pela sociedade imperial recebiam passagem para acontecer, já, as camadas populares tinham suas manifestações reprimidas. Com o corte de investimento no carnaval, famílias inteiras tradicionais, que trabalham o ano inteiro em prol do carnaval, são as mais prejudicadas.
Serviço:
Onde: https://www.facebook.com/saraunaquebrada
1º live, dia 11/03, às 20h00
O direito à cidade a participação social: o hip hop como patrimônio cultural
No link: https://www.facebook.com/events/186850239545225/?ti=ls
2º live, dia 18/03, às 20h00
O funk como direito cultural e expressão territorial
3º live, dia 25/03, às 20h00
O carnaval como direito e resistência cultural
4º live, dia 01/04, às 20h00
Direito à cidade e a preservação ambiental
Lives anteriores:
https://www.facebook.com/neri.silvestre.7/videos/10218777193611989
https://www.facebook.com/watch/live/?v=794855441115918&ref=watch_permalink