O rapper Sávio Nobre, de Natal/Rio Grande do Norte, lançou a mixtape “Soul Vandal I”, como treze faixas e a poesia marginal sobre o cotidiano periférico e negro na capital potiguar. Como o próprio artista relata: “Essa mixtape fala da minha vida pessoal, não é nada que eu li nos livros ou assisti na TV, é um trampo muito underground, não foi feito pra entrar no tal do Rap Game, nem pra chamar atenção dessa indústria musical que se criou no Rap.”
O álbum foi gravado, mixado e masterizado pela Stone One e teve um belíssimo trabalho de fotografia, feitas por Xande Victor e Malu Rebouças, que é quem assina a direção fotográfica. Toda a direção do trabalho ficou a encargo do próprio Sávio Nobre, que também fez todo o designer do disco, enquanto que a produção executiva ficou por conta de Reau13. “Soul Vandal I” foi um projeto apoiado pela gravadora Ganstar Records, selo que fomenta a cena musical em Natal.
A mixtape contou com um time de beatmakers, DK Beats, Malik Beats, Thiago Costa e Heitor somaram nas produções dos instrumentais, e devido ao estilo diferente de cada produtor o disco teve uma sonoridade de destaque, sendo uma obra bem diversificada. “Soul Vandal I” também contou com a participação de Cargo Chefe, Milito e Tio San na faixa “Fazendo Dinheiro Pro Meus Disco” e Suel e Cargo Chefe, novamente, na música “Dopado”.
Nobre ainda fala sobre seu trampo: “Também não fala apenas da minha vida de rapper e produtor, fala muito sobre minhas experiências vivenciadas quando eu era criança, adolescente e principalmente dos últimos 5 anos da minha vida, depois que perdi minha mãe. Ao contrário do que muitos podem pensar essa mixtape não glamoriza o crime, não fala sobre tráfico de drogas, armas, sexo, violência e ressentimentos, aparece isso nas músicas mas não é isso!”, o rapper frisa bem qual a mensagem que quer passar com o álbum, ao mesmo tempo que traça sua visão de sociedade: “A mixtape SVDL I fala sobre a vida de um jovem preto nascido na periferia da Zona Oeste de Natal-RN, filho de empregada doméstica que teve seus direitos e sua vida sabotada pela elite brasileira”.
Sávio conclui sobre o disco “Retrata a vida de mais de 50.000 mil pretos que nem eu, ‘descendente de escravo que não teve direito a indenização, se liga só…’ ouçam e tirem suas conclusões”.
Confira abaixo a mixtape “Soul Vandal I”: