“Moleque” é um ato performático, aborda o racismo e a homofobia por serem realidades da vivência de Siamese, mas não se limita apenas a isso. Utiliza a fotografia e simbolismo para narrar como as marcas da violência ficam em nossos corpos até mesmo após as superarmos. O clipe produzido em Curitiba ocupa locais da vivência do artista, sua narrativa transita da opressão e a tentativa de calar a sua voz partindo para o enfrentamento ocupando locais como: Universidade Federal do Paraná, onde Siamese é formado como um dos poucos alunos negros que frequentam a universidade e também nas ruas da cidade dentro de sua persona fashion queer gerando o enfrentamento diário com a população da cidade.
O clipe é um basta a qualquer tipo de violência estrutural fixado em nossa sociedade.
“Moleque” foi produzido de forma independente e sem qualquer incentivo privado ou orçamento inicial. O clipe “Moleque” encerra o EP “Som do Grave”, lançado em 2017, e abre uma nova era para Siamese que lançará seu segundo EP ainda neste primeiro semestre de 2019. Siamese promete uma nova perspectiva sobre sua dualidade e parcerias com nomes da cena nacional como: TUYO, Lucas Boombeat (Quebrada Queer) e Danna Lisboa.
Siamese com sua vivência de um ser Afro-LGBTI utiliza de sua poética como forma de exteriorizar uma exigência de respeito as diversidades sociais, deixando de lado a superficialidade e a romantização exagerada da militância.