sexta-feira, novembro 22, 2024

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Terra Do Rap 2015: Festival faz intercâmbio com a África em sua 3ª Edição

Centro de Referência da Música Carioca, na Tijuca, será o palco do Terra do Rap 2015
Ao longo de 4 dias, 16 atrações participarão do festival pioneiro de rap lusófono
A maioria das atividades será gratuita, com ingressos para os shows a R$ 1

Dos antigos portos de escravos e dos quilombos de outrora às favelas do século XXI, as nossas raízes estão fincadas num povo além-mar. E a construção do Rio de Janeiro deve muito à lusofonia e à herança africana. Esse é o mote da terceira edição do Festival Terra do Rap, que promove, mais uma vez, um intercâmbio entre rappers de países da língua portuguesa sob as coordenadas daRepprodutora – Ritmo e Poesia Produtora Artística, de Cleide Fonte e Vinicius Terra.

Entre os dias 23 e 26 de novembro – não por acaso, mês em que se comemora os dias da cultura hip hop e da consciência negra –, oficinas, debates, mostra de filmes e shows exclusivos serão apresentados no Centro de Referência da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca. Ao todo, 16 artistas estarão envolvidos nas atividades, realizadas ao longo de quatro dias. A entrada será gratuitapara a maioria delas, com ingressos para os shows a preços populares: só R$ 1. O patrocínio é da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

Entre os pontos altos do festival, está a homenagem ao legendário rapper paulistano Sabotage (1973-2003), feita através de uma performance ao vivo de spoken word (“palavra falada”, em tradução livre), com releituras de músicas do artista pelos rappers BNegão e Alexandre Diaphra, acompanhados por Donatinho ao piano. Destaque também para a vinda de um dos dez rappers mais influentes da África: o angolano MCK (pronuncia-se MC Kapa). Diplomado em Filosofia e estudante de Direito, MCK vêm trilhando uma carreira extraordinária e a sua música defende a construção de um mundo melhor.

Escolhemos a África Lusófona para ser o eixo temático desta edição, que consolida o Terra do Rap como um festival pioneiro e forte. Nos interessa pesquisar os sons nascidos nessa África que vai dos filhos de imigrantes que produzem cultura urbana no Complexo da Maré, em Realengo e no Catumbi, bairros cariocas, aos artistas brasileiros que exaltam os antepassados africanos em seus trabalhos, abrindo o diálogo com rappers de Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e os que buscaram oportunidades no mercado fonográfico em Portugal”, avalia Vinicius Terra, considerado pelos seus pares o embaixador do rap lusófono no Brasil.

Da cena brasileira, vale prestar atenção na rapper Janine Mathias, nascida em Brasília e radicada em Curitiba, que se apresentará pela primeira vez no Rio de Janeiro. Negra e com timbre que remete às vozes da soul music, Janine faz o rap flertar com o samba que aprendeu dentro de casa e já lançou o elogiado EP “Eu quero mergulhar”. Outro nome importante é o produtor e DJ Caíque, de São Paulo, fundador do selo independente 360 Graus Records. Ele assina a produção de discos de artistas como MV Bill, Dexter, Rashid, Projota e Rodrigo Ogi.

BREVE HISTÓRICO DO FESTIVAL PIONEIRO

A primeira edição do Terra do Rap, realizada em 2013, teve como título “Ponte Rio-Lisboa” e contou com a participação de artistas como Allen Halloween, Dama Bete e Mondo Segundo. No ano seguinte, foi a vez de abordar os “Trovadores do Século XXI”, com Capicua, Sam The Kid e Eva Rapdiva, entre outros. O objetivo sempre foi promover o intercâmbio de artistas da lusofonia urbana com rappers cariocas. Em todas as edições, oficinas para novos artistas do Rio, debates, homenagem a uma figura importante da cultura hip hop e a produção de um espetáculo inédito compõem a programação dessa iniciativa que valoriza a língua portuguesa, a inclusão de profissionais do sexo feminino e as matrizes de nosso povo.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA 2015

23, 24 de novembro, das 14h às 18h: OFICINA RAP LUSÓFONO – Oficina de Rap & Beat para até 30 jovens artistas cariocas que ainda não possuem um produto fonográfico, sendo mediado por três beatmakers oficineiros. Como resultado, no dia 25 de novembro (das 12h às 14h) teremos a gravação de até 10 fonogramas ao vivo (no palco do Festival Terra do Rap) e a apresentação das músicas no dia 26 de novembro. Oficineiros: DJ Caíque/ Mestre Xim/ Alexandre Diaphra. Inscrições no próprio Centro de Referência da Música Carioca ou por telefone (3238.3831) a partir do dia 9 de novembro. Vagas Limitadas para jovens de 14 anos para cima. GRÁTIS

25 de novembro, das 17h às 21h30: PRA LUSOFONIA NASCE UM NOVO DIA – Exibição de documentário, debate acerca do tema desta edição com a participação de formadores de opinião e imigrantes de África Lusófona no Rio. Pocket show de rappers imigrantes residentes na cidade do Rio de Janeiro.

17h – Doc: “Terra do Rap 2013-Ponte Rio-Lisboa”. GRÁTIS

18h – Debate: “A África É Aqui – A importância da matriz afro na construção do Rio de Janeiro; o papel do imigrante lusoafricano na cidade no século XXI” (Daniele Ramalho | Écio Salles | Ngambala | Léo Almeida | Rafael dos Santos). GRÁTIS

20h – Pocket show: Interação de rappers lusoafricanos residentes na cidade do Rio de Janeiro sob mediação de DJ carioca (DJ Tamy | Badharó | Xumane). R$ 1

OBSERVAÇÃO: O dia 25 de novembro será dedicado ao elemento-pilar da cultura hip hop: o conhecimento, tendo o debate com a participação de articuladores da cultura carioca urbana, debatendo a temática sobre o trânsito imigratório de produtores culturais de África Lusófona no Rio de Janeiro. No encerramento do dia, a DJ Tamy, carioca, realizará um pocket show com a performance de dois rappers de origem lusoafricana, que imigraram para o Rio: Badharó, líder comunitário do Complexo da Maré, e Xumane, muçulmano, morador do Catumbi. Ambos fomentam o mercado de maneira local, mas ainda estão isolados do circuito cultural carioca.

26 de novembro, das 17h às 21h30: FITA MISTURADA AO VIVO – Apresentação dos alunos que participaram da “Oficina Rap Lusófono”; homenagem ao rapper Sabotage (spoken session com dois rappers e um pianista, com letras próprias que apresentam o legado do rapper e/ou releituras de suas letras, com duração de 30 minutos); concerto exclusivo de até 90 minutos com artistas de África Lusófona e do Rio de Janeiro.

17h – Performance dos alunos: Apresentação ao vivo dos 10 fonogramas produzidos pelos participantes da “Oficina Rap Lusófono”. GRÁTIS

19h – Homenagem “Terra do Rap 2015” – Sabotage: Performance ao vivo de spoken word acompanhado ao piano com releituras de musicas do rapper Sabotage (BNegão | Alexandre Diaphra | Donatinho)R$ 1

20h – Fita Misturada ao Vivo: Show de encerramento; em formato de mixtape ao vivo, os artistas do Rio interagem com rappers de outras cidades lusófonas (Aori | Antiéticos | Carta na Manga | Janine Mathias | NBC | MCK | Mamy The Miss Skills | Gól Wayne). R$ 1

Mais informações acesse: www.facebook.com/festivalterradorap

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