quinta-feira, novembro 21, 2024

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Trip Graffiti em Miami

Durante o mês de novembro os artistas Miguel Afa (RJ), Bruno Life (RJ), João Vejam (SC), Rodrigo Rizo (SC), Ligids (Suécia) e a videomaker Natasha Prado (RJ), partiram em sua primeira viagem à cidade de Miami, para conferir o burburinho de Wynwood, durante o Art Basel. Foram 20 dias intensos de puro graffiti e bacon.

Para quem não sabe o distrito de Wynwood era formado por apenas por fábricas e após os investimentos do Sr. Goldman, o mesmo que fez o Soho ser o que é hoje, assim o bairro se tornou uma das maiores referências de street art, repleto de galerias e escolas de arte.

Durante o Art Basel é praticamente impossível pintar por lá, cada parede, cada muro já está reservado; E Você ainda corre o risco de ter seu trabalho “ratado” na mesma hora, pois os locais são completamente contra a cena digamos, glamurosa do street art. A polícia por lá também não é muito amigável mesmo, o grafiteiro local (Demz) foi baleado pelos policiais enquanto pintava à noite durante o evento e acabou falecendo.

Nos arredores de Wynwood estão alguns dos bairros mais carentes de Miami, e foi no Little Haiti onde os brasileiros começaram seus trabalhos por lá. O bairro é uma comunidade de imigrantes Haitianos e é considerado um dos mais perigosos da cidade, felizmente os artistas foram super bem recebidos pelos moradores e deixaram um belo trabalho por lá. Até mesmo o almoço de Thanks Given foi com os haitianos! Ali perto encontra-se também o bairro Terrace, formado apenas por fábricas e ferro-velho, ponto principal no caminho para Wynwood, em Terrace foi feito mais um painel, dessa vez com participação do carioca Airá o Crespo, conhecido como o MC Grafiteiro.

Para todos a experiência de estar na feira foi única, toda a movimentação…Poder ver em ação ao vivo os artistas que você acompanha a tempos pelo Instagram é incrível, e o melhor…Ainda poder conversar e trocar experiências. Durante o mês de dezembro o distrito de Wynwood recebe artistas e admiradores do mundo todo, é literalmente um sopa de estilos. Um carnaval! Claro, que nós brasileiros brasileiros não poderíamos ficar de fora! Em cada esquina de wynwood era possível esbarrar em um brasileiro.

Após a pintura do painel durante o final de semana do evento, os artistas partiram para uma nova missão, pintar um muro gigante usando apenas escadas, um pouco de látex e muitas latas de spray. O muro foi doado pelo dono de uma fábrica de pães cubanos, cuja lateral era anexada ao quintal de um senhor marceneiro, o Freddy. Mais forte do que a experiência em Wynwood foi poder conviver com o Freddy e as pessoas do bairro de La Pata durante uma semana, ouvindo suas histórias e comendo com eles…Talvez essa seja a melhor experiência que o graffiti pode proporcionar.

Ainda existe muito preconceito e muita falta de informação sobre a rte urbana, seja no Brasil ou até mesmo em Miami. Não importa o lugar, o graffiti já passou por diversas transformações e já rompeu inúmeras barreiras, mas para muitos ainda é um mito. Chegar em um país de primeiro mundo e lidar com pessoas que não tem o que comer, que não tem o que vestir e saber que suas cores, suas formas e até mesmo a sua presença muda o dia delas não tem preço que pague.

Brasil_Miami-Grafite4

Por: Natasha Prado (Programa Flow)

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