A Universal Music Group (UMG), líder global em entretenimento musical, e a Deezer, uma das maiores plataformas independentes de streaming de música do mundo, lançam hoje um novo modelo de streaming que prioriza e melhor recompensa os artistas e as músicas de maior engajamento. A Deezer lança o formato na França durante o último trimestre de 2023 e depois expande para outros mercados. O anúncio faz parte da parceria anunciada pelas empresas recentemente.
O novo modelo – também chamado de Artist-Centric – foi desenvolvido a partir da análise de dados de ambas as empresas com o objetivo de ter uma remuneração que reflete da melhor maneira o relacionamento entre os fãs e seus artistas.
O lançamento faz parte do reconhecimento de que o modelo atual de streaming de música, apesar de ter sido um dos avanços tecnológicos mais significativos para o mercado da música nos últimos anos, precisa ser redesenhado. Isso porque as plataformas tiveram que lidar com uma avalanche de uploads de conteúdos e sons não-artísticos e de baixo engajamento, que exige uma reavaliação das plataformas, gravadoras e artistas para promover um ecossistema musical mais próspero.
Baseado nisso, e na análise feita pela Deezer e UMG, as principais melhorias propostas no novo modelo de streaming que prioriza os artistas, inclui:
1. Foco nos Artistas – Incentivo em dobro para os chamados “artistas profissionais” (aqueles que têm um mínimo de 1000 streams por mês, vindo de um mínimo de 500 ouvintes), para recompensá-los de forma mais justa pela qualidade e dedicação que trazem às plataformas e aos fãs.
2. Recompensar conteúdo por engajamento – Incentivar e destacar hits que tem engajamento ativo dos fãs, reduzindo o impacto econômico do algoritmo na programação.
3. Desmonetização de sons não-artísticos – A Deezer pretende transferir os conteúdos não-artísticos para uma nova categoria, que não será incluída na distribuição de royalties.
4. Antifraude – Continuar impulsionando um sistema proprietário de detecção de fraudes atualizado e rigoroso, capaz de remover o incentivo a atividades maliciosas e proteger os direitos autorais dos artistas.
Além disso, o tamanho do catálogo disponível em plataformas digitais explodiu nos últimos anos. Na Deezer, por exemplo, cresceu de 90 para mais de 200 milhões de faixas nos últimos dois anos. Como parte desse novo modelo de negócios, a Deezer pretende aplicar uma política mais rigorosa para garantir qualidade e uma melhor experiência do usuário. O que inclui medidas para limitar o conteúdo não-artístico.
“Esta é a mudança mais ambiciosa no modelo de negócios desde a criação do streaming de música e que apoiará a criação de conteúdo de alta qualidade nos próximos anos”, disse Jeronimo Folgueira, CEO da Deezer. “Na Deezer, sempre colocamos a música em primeiro lugar, oferecendo uma experiência de alta qualidade para os fãs e defendendo a equidade na indústria. Agora estamos adotando uma mudança necessária que vai refletir melhor o valor de cada conteúdo e eliminar todos os incentivos equivocados, para proteger e apoiar os artistas. Não há outra indústria onde todo o conteúdo seja valorizado da mesma forma, e deveria ser óbvio para todos que o som da chuva ou de uma máquina de lavar não tem o mesmo valor que uma música do seu artista favorito transmitida em HiFi.”
“O objetivo do modelo que prioriza o artista é mitigar dinâmicas que ameaçam afogar a música em um mar de ruído e garantir que estejamos apoiando e recompensando os artistas da melhor forma em todas as fases de suas carreiras, quer tenham 1000 fãs, 100 mil ou 100 milhões. Com essa abordagem multifacetada, a música de artistas que atraem o engajamento de seus fãs receberá o reconhecimento real de seu valor, e as fraudes, que só servem para privar os artistas de sua devida compensação, serão combatidas de forma agressiva”, disse Michael Nash, EVP e Diretor Digital da UMG.
Ele continuou: “adotando os objetivos comuns que destacamos no início deste capítulo de nossa parceria, continuaremos com uma abordagem flexível e adaptável. À medida que o cenário musical está em constante evolução e continua sua rápida transformação, a UMG e a Deezer abordarão rigorosamente o impacto dessas mudanças, incorporando novos insights da análise de dados e ajustando o modelo, sempre que necessário.”
Olivier Nusse, CEO da Universal Music France, disse: “Após um amplo relacionamento com a Deezer ao longo de 2023, estamos muito orgulhosos de sermos pioneiros na França e antecipar o lançamento do novo modelo de negócios que prioriza o artista. Esta iniciativa valorizará muito mais o streaming e o engajamento dos fãs para as músicas criadas por artistas.”