Preparado sob o crivo da rua, o disco solo do rapper Uterço chega às plataformas digitais dia 30 de novembro, último dia do Mês da Consciência Negra. As 9 faixas inéditas do “Original Marginal RAP”, foram apresentadas inicialmente ao vivo, de forma experimental, na essência olho no olho da cultura hip hop. O álbum reflete o cotidiano na periferia, questões sociais e políticas, o racismo estrutural do país, a forma truculenta como o Estado age nos bairros e a resiliência da população alvo.
“No contrafluxo da maioria das músicas que são feitas em estúdio e depois ganham forma nas ruas, o repertório Original Marginal RAP foi apresentado em vários shows da cena underground e já é esperado por um público que acompanhou de perto o processo de concretização do projeto. Esse momento é muito esperado por mim e a ideia é que o álbum rompa essa fronteira física e seja ouvido por geral”, solta a meta.
Cria da zona sul de SP, referência do rap nacional desde o final dos anos 90, Uterço apresenta suas rimas solo. Munido de letras ácidas, flow único e engajado em temas atuais, o rapper apresenta novas 9 faixas de boombap puro e original. Acompanhado pelos scratches e colagens muito bem executadas por DJ Kiko Maestro, seu parceiro desde os tempos de Pentagono, Maurício Mith (Boogie Naipe) no trompete, Sandro Bueno (Futuráfrica) na percussão e Teodoro Miranda (ex Peixelétrico) no contrabaixo. A Captação, mixagem e masterização foi feita por Will Psico e Triplo Jé do Studio111Rec.
A arte de Bruno Yano foi inspirada em uma ilustração do livro “Sapiens: Uma Breve História da Humanidade” de Yuval Noah Harari. “A ferida causada pela adaga remete a sensação de desconforto latente. Em antagonismo, o ato de fumar sugere prazer, fuga e reflexão. A intrigante obra confronta a poesia de viver. O caos e o conforto”, explica Yano para Uterço a capa ficou representativa e ilustra muito bem as rimas do disco “Pedi para ele uma capa que remetesse a dor e o prazer de ser Original Marginal RAP, quando ele entregou a mão furada por uma adaga (presente no logo) e ao mesmo tempo segurando um “cigarro” aceso, vibrei por ele ter ilustrado tão bem a ideia inicial. Essa mão simboliza a materialização de tudo que existe no mundo construção do subjetivo (rimas na minha cabeça ) para o mundo material” comemora Uterço.