sexta-feira, novembro 22, 2024

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Vera Veronika lança disco comemorativo aos 25 anos de carreira, “Mojubá”

Era 1990. O rap dava passos ainda miúdos em todo o mundo. “Ritmo e poesia” era o estilo que dominava as periferias de Nova Iorque e, apesar de tantas referências, ainda era considerado um estilo underground em todo o mundo. No Brasil, homens que moravam nas periferias davam vazão às suas causas por meio da poética urbana e com auxílio de scratches, toca-discos e batalhas de rimas.

No Distrito Federal, alguns grupos já alcançavam notoriedade a nível nacional. A presença feminina neste universo, no entanto, ainda engatinhava. Neste contexto, surge Vera Veronika, a primeira cantora de rap do DF. O caminho trilhado nunca foi fácil, por vezes, passível de desistência. Mas o título de pioneira é para poucos e Veronika reaparece 25 anos depois de sua primeira rima, lançando um disco comemorativo de carreira, intitulado “Mojubá”.

Mantenedora de abrigo infantil, pedagoga, empreendedora e consultora nas causas de Direitos Humanos, Vera sempre encontrou no rap a força necessária para lutar contra tudo o que parecia injusto. Deu certo! A cantora é tida como voz ativa na história do rap nacional e inspira gerações de mulheres que se dedicam ao estilo musical.

O disco “Mojubá” nasceu do projeto de DVD que comemora os 25 anos de carreira da artista. Com a produção de 15 faixas para compor videoclipes, e a realização ainda vindoura de outras 10 faixas que serão tocadas ao vivo – gerando um total de 25 faixas, uma para cada ano de trabalho na música – Veronika decidiu apostar também no formato de disco.

Foi então que, conversando com seu produtor musical, Higo Melo, e o diretor artístico, Nego Dé, a cantora resolveu lançar o trabalho em CD. Segundo ela, “Mojubá representa uma nova Veronika: traz a cara da ancestralidade africana, do afrobeat e da cultura brasileira”. Estas já eram pautas da rapper, que se identifica como “mulher negra, periférica e adepta de religião de matriz africana em constante luta pelas causas sociais”. A novidade é uma nova instrumentação no trabalho musical, acumulando sonoridades que ultrapassam o universo do rap, flertando com sons mais modernos.

Mojubá” traz 11 faixas, sendo nove da produção de Higo, e uma Vera Veronika mais contemporânea: antenada com tendências musicais, passeando por sonoridades negras de referências fortes. Higo, que tem carreira sólida como cantor e compositor, incluiu camadas de soul music e instrumentos não convencionais ao “ritmo e poesia”. As exceções na produção musical ficam por conta da paulistana BadSista – uma das únicas mulheres produtoras de rap no Brasil – na faixa “Assediadas”, e do DJ Brotha, que cria um trap para a faixa “No Corre”.

“Veronika estava há 10 anos sem gravar e com a mente fervendo. Transformar esses assuntos em música, de forma se torne um inicio de diálogo, e não em palestra foi a grande missão do disco. Há dez anos, compor música de grande duração era mais comum e “aceitável”. Hoje precisamos ser mais sucintos. Acho que fomos felizes em separar a cantora e compositora, da professora, pedagoga e palestrante. Todos os temas são instigantes. Quer ouvir boa música com conteúdo? Ouça o disco”, avalia Higo Melo.

Em “Mojubá”, a violência contra as mulheres, o tráfico feminino, a diversidade sexual, o empoderamento, a superação, o genocídio da juventude negra, o cotidiano dos jovens de periferia e a ancestralidade e religiosidade africanas são pautas definitivas. Acrescenta-se à ficha técnica um grande número de convidados, confirmando a característica aglutinadora do trabalho de Veronika.

Mojubá” está disponível em todas as plataformas digitais.

+em www.facebook.com/veraveronikaoficial

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