segunda-feira, novembro 25, 2024

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Xamã: lança o cinematográfico “O Iluminado”

A tela do cinema, é como uma tela de pintura. Começa lá, branca, vazia. E, logo que a sala escurece e o projetor é ligado, ganha cores e movimentos, que nos transportam para mundos diferentes. Como mágica. Assim como acontece nas telas dos pintores. E no papel em branco do letrista. Ou, quando se dá play no novo trabalho de Xamã, o cinematográfico “O Iluminado”.

Neste seu segundo álbum, que chega via Baguá Records – que, a partir do título, usa como referência o nome de um filme -, Xamã passeia pela sétima arte, para expressar a sua. No caso, “O Iluminado” (“The Shining”, 1980), que o genial Kubrick adaptou de uma obra de Stephen King. E, a escolha pelo título, “O Iluminado”, tem um motivo, explorada num curta de Xamã, dirigido por Guilherme Brehm (disponível no YouTube), que se passa em diferentes realidades: “Geizon (no caso, o próprio Xamã, nascido Jason Fernandes), é o taxi driver (do filme de 1976, de Martin Scorsese), tentado pelo advogado do diabo (do filme de 1998). O advogado tem medo do iluminado, que é sádico, louco. Porque que este simboliza a criatividade. E tudo o que é novo assusta. Mas, gera a inspiração. É a personificação do que esse disco representa pra mim” – explica o artista.

A partir desta faixa, ele tem sua track list toda baseada em nomes de filmes clássicos, cult e pop, sem distinção de época ou gênero. “Eu sempre fui fã de cinema e música. Quando lancei “Pecado Capital” (o disco anterior), as faixas tinham nomes dos sete pecados. Já nesse segundo disco, quis homenagear o cinema. Ele traz a essência de minhas primeiras rimas. Mas é um trabalho bem mais maduro”, conta Xamã.

A lista/nome das músicas, aguça a curiosidade. Como a que abre os trabalhos, “Um Drink no Inferno” (com clipe rodado em Paris, dirigido por Dauto Galli). Do filme de Robert Rodriguez com roteiro de Quentin Tarantino, Xamã pega emprestado o nome. E usa a cidade-luz em locações noturnas, para desenrolar uma parada romântica.

Na programação do cineplex de Xamã, há desde “American Pie” (que remete àquela comédia teen dos anos 90), passando pelo trash “Malditas Aranhas” (no caso, Xamã tem pavor de aracnídeos!), o cult “Matrix”, o clássico “Taxi Driver’ (que virou ‘drive’, para não perder a rima, o que dá uma nova conotação ao todo), o romântico “Uma Linda Mulher”; o terror “Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado” (uma faixa de transição, quase vinheta); o nacional “Central do Brasil”; e ainda na lista, “Pulp Fiction”, de Tarantino. Nenhum destes filmes foi escolhido à toa, como revela o próprio Xamã: “Eu sempre gostei muito desses filmes, não são só os meus favoritos, mas também marcaram momentos da minha vida e me ensinaram coisas sobre ela. Mas, o mais curioso sobre esse álbum são os elementos de rock´n´roll que usamos em algumas faixas, como em ‘Malditas Aranhas’”.

Como todo bom filme independente, Xamã dá o seu recado com criatividade e a ajuda de amigos. No caso, vozes convidadas. Em “Matrix”, ele conta com o rapper brasileiro, radicado nos Estados Unidos, Rio Santanna (que canta suas partes em inglês). Já em “Uma Linda Mulher”, o carioca Luccas Carlos é quem desenrola com ele. Para “Advogado do Diabo”, contou com Filipe Ret. Em “Taxi Drive”, temos Major RD; e, por fim, para “Pulp Fiction”, Xamã convocou Agnes Nunes, que faz o contraponto feminino, lá perto do fim da sessão.

O Big Picture é o seguinte: em “O Iluminado”, Xamã criou raps contemporâneos, urbanos, conectados com as sonoridades atuais do gênero, compondo o roteiro de um grande movie mix, no qual os títulos entram aqui e ali, como referências. O que resulta num filme rimado em episódios. Bem melhor do que um remake ou reboot. Xamã fez o seu director’s cut!

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