As cantoras Yzalú e Amanda NegraSim, da nova geração da cultura hip-hop, apresentam-se na terça-feira, dia 19 de Novembro, às 18h, no palco montado no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no show “Mulheres Negras”. As letras são autorais e têm como tema o amor, o combate ao preconceito e até a violência. Yzalú e Amanda NegraSim também vão fazer releituras de hits do rap nacional e convidaram Cris, do SNJ, para fazer uma participação no show, com entrada gratuita.
Yzalú e Amanda NegraSim abrem o primeiro bloco de atrações da comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra na capital paulista, cuja data oficial é o dia 20 de novembro. A realização é da Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial.
Yzalú
Depois de lançar seu primeiro videoclipe da música “Cabeça de Nego”, do rapper Sabotage, Yzalú prepara-se para nova empreitada: lançar seu primeiro CD e DVD na carreira, “Mulheres Negras”, com a direção musical de Marko Andrade e direção geral de Milton Sales. Neste trabalho, a música que dá o título ao disco foi composta pelo rapper Eduardo, do Facção Central, exclusivamente para o álbum. Nas participações, estão o cantor Moysés, do Grupo A286. Yzalú cresceu ouvindo músicas de protesto na periferia de São Paulo, como Rap e Samba de Raiz. Tocou em vários bares da noite paulistana. Fez parcerias com grupos da cidade de São Bernardo (sua terra natal), como Essência Black, Walter Limonada e Ordem Própria. Mas foi um vídeo, postado na internet, que lhe rendeu visibilidade, com a versão acústica e intimista de “Jesus Chorou”, dos Racionais Mc’s, e do DJ e produtor “Bola 8”. O sucesso na web levou Bola 8 a convidá-la para participar de um Festival de Rap, onde Yzalú se apresentou entre o rapper Dexter, do 509-E, e o polêmico grupo Facção Central, com a versão acústica de “Favela é um Bom Lugar”, do Sabotage, para um público de mais de 10 mil pessoas no clube da Ford em São Bernardo.
Fora isso, já dividiu o palco com Mano Brown, Z’África Brasil, Rael da Rima, Afro-X, Flora Matos, Projota, Lurdez da Luz, Karol Conká, GOG, por exemplo. Além de shows solos, onde apresenta canções autorais, participa também de projetos como “Divas do Hip-Hop”. Além da veia musical, dedica-se a projetos sociais, como o “Como Vai Seu Mundo”, idealizado por Dexter, Instituto Crescer e Coletivo Peso, com uma oficina de música para detentos em fase de ressocialização na Penitenciária Masculina de Guarulhos.
Amanda NegraSim
Vencedora do Festival de Mulheres MC de 2010, Amanda NegraSim foi criada na congada de São Bendito, trazida para Cotia, por seu tio Benedito Pereira de Castro, o conhecido mestre Dito. Em toda festa do Divino de São Luiz do Paraitinga (SP), já é tradição mestre Dito, com seu violão, cantar sambas tradicionais e composições próprias, acompanhado em coro pelos membros de sua família e de um público fiel de turistas e seguidores locais.
Ela cresceu numa família de artistas afro-moçambicanos. A mãe, Lucila Fátima da Silva, foi atriz, dançarina afro e presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Municipal de Cotia, e o pai, José Edson dos Santos, mestre-sala e um dos fundadores da agremiação de samba local. Dos seis aos 10 anos de idade, foi porta- bandeira mirim da escola de samba. Atualmente Amanda faz parte do Grupo Ilícito, formado por Gaspar, Dugueto, Kennyaata e Dj Tano; do Hip-Hop Mulher; Nação Hip-Hop; Mixturad@s, com Tiely Queen, Rúbia Fraga e DJ Simmone. É Mc residente do Projeto Voz Feminina, além de participar dos projetos: Rapiano Mc, Piano com Pianista Diruajo, Moeda Solano, Canto Cultural Zumaluma, MSTC, Coletania Chile SP, Divas do Hip-Hop e de trabalhos com Marcelo Perne, Rafael Versos em Brisa, Silveira da Trama, entre outros.
Por cinco anos, integrou a Fanfarra Regente Feijó de Cotia e este foi o primeiro passo para Amanda NegraSim descobrir o universo da cultura Hip-Hop. Em 1997 começou escrever matérias sobre o Hip-Hop no jornal municipal de Cotia, o Noticias Regionais, período em que trabalhou na Rádio comunitária em Cotia, onde conheceu grupos de Rap que também fizeram parte da sua trajetória, como o Conexão do Morro SP Funk, SNJ, AfroRude, Rota de Colisão, Xis, Estado Crítico, RPW, Racionais Mcs.
Apaixonada pela cultura hip hop, tornou-se uma MC Militante e, a partir de 1998, começou a escrever algumas letras de rap. Gaspar, do Z’África Brasil, a convidou para dar oficinas em um orfanato. Foi importante também o apoio do MC Rapadura, como conta na música “Verdades”, de sua autoria, Tio Fresh, DJ Meio Kilo, produtor da música “Amor ao RAP”, onde ela venceu o festival de Mulheres Mc em 2010. Amanda NegraSim já fez parte do grupo Mi Ayras com Cintia Mendes (filhas que se misturam); do grupo Miscível com Lua Rodrigues e DJ Aline. Fez participações com Influência Positiva, produção DJ Rodrigo, O.F.L., O Êxtase, e já dividiu o palco com sambistas, repentistas e rappers, como Bravos do DF, Banca do K, Leo MC, Tio Fresh, Sammy Brown, Pamelloza, Kaujah, Dina Di no Sesc Piracicaba.
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Cristina D’Avila ([email protected])