“Eu Respiro Isso” título do álbum de estreia do rapper Zum previsto para ser lançado em agosto, projeto que já teve divulgados os singles 2 Gritos, Aquela Rosa, Eu Respiro Isso, Distante e Caminhos. Confira o que disse Zum sobre a cena do rap na região nordeste e o momento que vive o Rap; ao jornalista AD Luna.
Primeiramente, onde nasceu, idade e nome? Por que Zum?
Nasci na cidade de Paulista-PE, no bairro de Jardim Paulista. Sou do dia 14 de julho de 1985; tenho 28 anos de idade. Zum provém daí: Zelar Único Modo. Trata-se do modo com o qual eu trato meu trabalho, zelando-o com amor e sendo único no que faço, no que vivo, no que relato.
Qual sua opinião sobre a cena rap do Recife e Região Metropolitana cidades vizinhas?
Mesmo com certas adolescias em alguns pontos, temos uma cultura extensa, de excelentes valores indiscutíveis, dons pulsando a cada rua que caminhamos, e cada apresentação que vemos. Nossa cena é avassaladora, tanto com rappers, dee jays, beatmakers e produtores. A nova geração vem mostrando que há vertentes ricas e plausíveis. Falo tanto de Recife, quanto da região metropolitana e cidades vizinhas.
O que falta para ela ser mais reconhecida e quais seus principais problemas e virtudes?
A própria consistência da cena tem o seu auto reconhecimento, porém na maioria das vezes, pautado com ênfase ao nosso universo, chamado o nosso “celeiro”. Por portarmos tamanha qualidade, acho que precisamos de mais festivais, de um apoio maior de nossas autoridades em preservar nossa cultura de uma forma mais atenciosa. Acho que pra chegarmos ao nível das cenas do sul e sudeste de uma forma mais contundente, mesmo sabendo do nosso grande potencial e tamanho, ainda vai demorar um pouco; justamente pela aquela história: “Uma andorinha só não faz verão.”
Os principais problemas são tanto a falta de espaço, quanto alguns tiros no pé que a própria cena dar, quando há as oportunidades escassas. Acho que tem que haver um ciclo de coerência tanto dos que trabalham em prol da boa música, quanto dos que a compartilham de forma profissional. Precisamos lutar? Óbvio, reclamar menos e trabalhar mais? Claro! Mas o que nos deixa triste muitas vezes é uma, certa falta de união dentre essas vertentes que citei. Nossa! Virtudes? São inúmeras mesmo! Tanto da cultura ser rica e maravilhosa, quanto o que herdamos de nomes como Chico Science, Alceu Valença e etc. Somos lutadores, acima de tudo vencemos várias barreiras pra podermos apresentar nossa arte ao mundo. Talento, persistência, gana, garra de está em novos horizontes são coisas que nunca irão faltar aos nossos.
Ouça o single “Caminhos”
O que você destacaria no seu trabalho? Noto que há elementos melódicos e nas letras você assuntos diversos, além da crítica social.
Pois é, procuro usar várias temáticas, como um preenchimento longe do casual, e sim por uma missão.
Antes de tudo eu sou sincero comigo mesmo em cada ponto que abordo. Procuro levar minha mensagem de forma absoluta e verdadeira. Tenho facilidade de explorar meus sentimentos e transparecer isso para o público com uma meta de aconselhar, muitas vezes trato isso como uma conversa entre meu mundo e o mundo deles(as), as trocas de energias em shows, a sinceridade e maturidade de poder ser eu mesmo com todos quando encontro-os nas ruas, pra mim são uns dos pontos principais.
A melodia sempre fez parte de minhas músicas, acho que a beleza da música tem que ser exaltada de forma louvável. Estamos falando de música, não só do gênero rap propriamente dito. No meu álbum de lançamento previsto para este ano e que se chamará: “Eu Respiro Isso”, irei está enfatizando de modo veemente as melodias nas músicas. De modo que as críticas sociais em minhas composições são por muitas vezes sentir-se num campo minado, num país doente, e de corações magoados por descasos. A vida continua, mas terá que continuar de forma digna. A luta é pelo amor por si, pelos seus, pelos nossos, pelo mundo, por um lugar ao sol.
Você consegue identificar qual o seu principal público? Você acha que a mensagem do rap tem conseguido mobilizar a juventude do Recife e Região Metropolitana?
No decorrer de todo esse tempo venho conquistando meu espaço de forma surpreendente, dentro disso o público é variado, lembro-me de um show que fiz onde no mesmo dia a cantora paulistana Flora Matos estava escalada para tocar na festa como atração principal.
Uma senhora que aparentava ter 60 anos de idade, veio até mim no término de minha apresentação, e agradeceu pelo o que fiz no palco, e disse que gostou muito do que viu, da energia que sentiu, do amor que ponho nas palavras, a forma que expressava-me com o público ali presente, isso pra mim foi e é muito gratificante, outras vezes amigos meus chegam até mim e dizem que as mães deles escutam meu trabalho em casa nos afazeres domésticos, outras vezes chegam pessoas até mim nas ruas ou até mesmo via internet elogiando minha música, querendo comprar CDs, camisas e etc, essas pessoas muitas vezes aparentam ter 16 a 25 anos de idade. Graças a Deus observo que meu público é geral, algo que não é tão fácil, é muito bom saber que minha mensagem está sendo passada e absorvida de uma forma tão especial, e essas pessoas tornam-se especiais não só a partir daí, mas por dedicarem um tempo que é sagrado para poderem escutar o que tenho a dizer. A mobilização através da mensagem que o rap consiste é altamente discernível, e edificante, basta você escutar com atenção a riqueza nos versos das músicas que temos.
O rap em Recife, e regiões metropolitanas está cada vez maior, com novos talentos, e a sabedoria passada nas músicas, ajuda os jovens a não entrar para o mundo do crime e das drogas. A cultura hip hop bate de frente com isso, inclusive esse ano vamos está iniciando um projeto contra o crack, através do meu selo(marca) chamado(a) Luz & Foco.
Qual sua opinião sobre o chamado brega funk, ao estilo de MC Sheldon, e o funk ostentação?
Acho que o momento do brega funk é similar ao que foi no de outras vertentes musicais em épocas passadas, tipo o funk que abordava o lado mais periférico e vivências do cotidiano no mundo do crime, como também o próprio funk que fala do lado, vamos se dizer: “sensual” (ousado).
Vejo de forma positiva tanto o MC Sheldon, quanto outros artistas conquistarem seu espaço, levar as vertentes de vivências deles pra o Brasil e o mundo. Acho que cada um tem sua história, e merece seu espaço de acordo com o que almeja e trabalha. Certamente cada músico tem seu objetivo e creio que querem respeito através de sua música. Tenho máximo respeito também com o funk ostentação, só quem mora na periferia sabe o quanto é ruim desejar e não ter, e se de acordo com o que eles tem, podem se sentir feliz de verdade e transmitir uma alegria real aos que estão os escutando, é bem vindo de fato. A busca é pela felicidade, seja qual for o contexto que você irá usar na música, desde que não haja de forma maquiada e manipuladora para o mal.
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